Nos fundos long short, o gestor traça estratégias para ganhar com ativos bons e ruins ao mesmo tempo. O intuito é ficar comprado (long) nas ações com melhor potencial e vendido (short) nos papéis considerados excessivamente caros. A posição vendida é possibilitada pelo aluguel de ações.
Acreditando que os papéis ruins vão cair até a data em que precisarem ser devolvidos para seus proprietários, o gestor vende os ativos no primeiro dia de aluguel, recomprando-os na data da liquidação do contrato. O recurso equilibra as possibilidades de perda e permite que o investidor saia ganhando em cenários severos: se a ação comprada cair 10% e a ação vendida cair 20%, ainda será possível levar um ganho de 10%.
II. Aluguel de ações
Quem aluga ações empresta os papéis sob a condição de ganhar determinada taxa de juros, acordada entre as partes. Ao final do contrato, a garantia é de receber a exata quantia em ações. O dono dos papéis permanece com direito sobre os dividendos e juros sobre capital próprio. Mas o "inquilino" pode fazer o que quiser com os ativos até a data da devolução.
A prática permite que quem tenha uma carteira de longo prazo garanta uma renda extra com o empréstimo dos papéis (veja as taxas médias cobradas pelo aluguel de cada ação). Na outra ponta, quem aluga os ativos consegue montar estratégias de gestão para maximizar o lucro: acreditando que o papel vai cair no curto prazo, o investidor pode alugá-lo, vendê-lo no primeiro dia do contrato e comprá-lo antes do término do acordo, embolsando a diferença positiva.
III. Opções de ações
As opções são contratos ligados a ativos negociados no mercado. Elas permitem que seu titular tenha o direito de comprar ou vender uma ação ou índice em uma data futura por um valor predeterminado. Desta forma, quem detém uma opção de compra que estabelece um preço de 15 reais para o papel na data do vencimento, ganhará o direito de comprá-lo por este valor independente da cotação ter subido para 30 reais. Por outro lado, se o papel tombar, o prejuízo máximo estará limitado ao valor pago pela opção, já que o investidor simplesmente não exercerá o direito de comprar a ação.
A lógica é a mesma para as opções de venda: mesmo que a ação tenha caído muito, o detentor da opção poderá vendê-la a um preço mais alto. Essa flexibilidade permite sofisticar o investimento na renda variável, montado operações que ofereçam um diferencial de rentabilidade. O investidor pode, por exemplo, montar uma operação em que ele ganhará se a bolsa continuar a cair ou voltar a subir arriscando muito menos capital do que no mercado à vista se isso não acontecer. Conheça as estratégias para não perder na baixa com o uso de opções.
IV. Fundos Quantitativos
Nos fundos quantitativos as ordens de compra e venda dos ativos são disparadas automaticamente por servidores que se baseiam em centenas de fórmulas e modelos matemáticos para identificar as oportunidades de ganho. As distorções podem ser apontadas pelo distanciamento do preço de um ativo da sua média histórica, pela diferença entre o valor da ação no Brasil e do seu mesmo par vendido no exterior ou pelo início de uma tendência de alta ou baixa do papel.
A partir daí, são montadas estratégias de arbitragem para que o fundo fique comprado nos papéis promissores e vendido naqueles que devem despencar. Esses fundos seguem a tendência do mercado. Portanto, podem apresentar bons resultados com a bolsa em baixa ou alta. Só quando o mercado anda de lado que não há muitas oportunidades. Como as ordens de negociação são disparadas automaticamente, há quem acredite que o investidor também saia ganhando por ficar livre do componente humano inerente às decisões do gestor, eventualmente embebidas em vaidade ou excitação.
V. Fundos de Capital Protegido
Os fundos de capital protegido garantem ao investidor o retorno mínimo do dinheiro investido. Para tanto, esses produtos têm prazo de funcionamento e de captação limitado. Depois de arrecadados os recursos dos interessados, o gestor calcula quanto daquele montante deverá ser investido na renda fixa pre-fixada de modo que o rendimento consiga remunerar os investidores na mesma medida da aplicação inicial.
VI. Ações Defensivas
Com a oferta de serviços indispensáveis e faturamento previsível, concessionárias de serviços públicos não costumam ser afetadas pelas reviravoltas no mercado. Uma vez montada sua estrutura de operação, companhias assim não demandam grandes reinvestimentos. A geração de caixa, contudo, permanece constante. Afinal de contas, os consumidores continuam falando no telefone e consumindo energia elétrica e gás. Não por acaso, essas companhias costumam ser as maiores pagadoras de dividendos aos acionistas.
VII. Ações Descontadas
Para os investidores com estômago forte e horizonte de aplicação de longuíssimo prazo, a hora pode ser de garimpar pechinchas. As ações de muitas empresas estão baratas e os preços chegaram a um tal ponto que em algum momento o investidor estrangeiro não vai desprezar essas possibilidades de ganho.