A
Região Hidrográfica do Tocantins-Araguaia apresenta grande potencialidade para a
agricultura irrigada, especialmente para o cultivo de frutíferas, de arroz e
outros grãos (milho e soja). Atualmente, a necessidade de uso de água para
irrigação corresponde a 66% da demanda total da região e se concentra na
sub-bacia do Araguaia devido ao cultivo de arroz por inundação. A área
irrigável (por inundação e outros métodos) é estimada em 107.235 hectares.
A
Região Hidrográfica do Tocantins-Araguaia possui uma área de 967.059 km² (11%
do território nacional) e abrangem os estados de Goiás (26,8%), Tocantins
(34,2%), Pará (20,8%), Maranhão (3,8%), Mato Grosso (14,3%) e o Distrito
Federal (0,1%). Grande parte situa-se na Região Centro-Oeste, desde as
nascentes dos rios Araguaia e Tocantins até a sua confluência, e daí, para
jusante, adentra na Região Norte até a sua foz.
Cerca
de 7,9 milhões de pessoas vivem na região hidrográfica (4,7% da população
nacional), sendo 72% em áreas urbanas. A densidade demográfica é de 8,1
habitantes./km², bem menor que a densidade demográfica do país (19,8 habitantes./km²).
Na
Região Hidrográfica do Tocantins-Araguaia estão presentes os biomas Floresta
Amazônica, ao norte e noroeste, e Cerrado nas demais áreas.
O
desmatamento da região se intensificou a partir da década de 70, com a
construção da rodovia Belém-Brasília, da hidrelétrica de Tucuruí e da expansão
das atividades agropecuárias e de mineração. Atualmente, o desmatamento se deve
principalmente à atividade de indústrias madeireiras nos estados do Pará e
Maranhão.
Com
relação aos indicadores de saneamento básico, todas as unidades hidrográficas
apresentam valores superiores às médias nacionais.
O
nível de abastecimento de água apresenta realidades bastante variadas, com
valores entre 27% no Acará (PA) e 61,7 % no Tocantins.
A
média regional de atendimento da população por rede de esgoto é de apenas 7,8%
e, do percentual de esgoto coletado, apenas 2,4% é tratado.
Principais
Ações da ANA na Região Hidrográfica do Tocantins
-
Desenvolvimento de estudos hidrológicos para minimização de riscos de enchentes
na cidade de Goiás – GO;
-
Termo de referência para a seleção de consultoria para elaborar o Plano
Estratégico de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica dos rios Araguaia e
Tocantins.
Fonte:
ANA
Os
DOIS MIL QUILÔMETROS DO RIO ARAGUAIA de simples olhos d'água ao espetáculo de
vida e beleza.
O
rio Araguaia do marco Zero aos 2000 km de pura natureza.
#1. 0 km. Araguaia significa Rio das Araras em Tupi. Também é
chamado de Berohokã, que quer dizer Rio Grande, pelos índios Carajás, seus
mais tradicionais habitantes - que vivem atualmente em aldeias em Aruanã (GO) e
Santa Isabel do Morro, na Ilha do Bananal (TO). Esse rio nasce a cerca de 1000
metros de altitude, na Serra dos Caiapós, na divisa de Goiás e Mato Grosso do
Sul e literalmente desce do Sul para o Norte. A foto mostra uma das nascentes
na Fazenda Link, em Mineiros, junto ao Parque Nacional das Emas.
#2. 25 km. Olhos d'água formam regos, que se juntam a outros,
formam córregos e, neste trecho, já é tanta água que o Araguaia se torna um
conjunto de riachos que invadem as margens e inundam matas de galeria.
#3.
40 km. Neste
trecho, o rio é uma sucessão de várzeas, matas inundadas e lagos. Plantas
aquáticas, como a da foto, e muita fauna - principalmente aves e roedores -
tomam conta dos incontáveis canais que fazem o Araguaia se parece com uma teia
de água.
#4.
70 km. Aqui o rio se torna um verdadeiro Pantanal,
transformado em uma imensa vereda. Não há leito definido e, a cada ano, as
águas passam por um local. É um santuário de vida fantástico. Com tantos
buritis, é ali que, sobretudo araras procuram para o ritual de acasalamento.
#5. 100 km. Da nascente até este ponto, o Araguaia desceu 300
metros de altitude. Aqui o rio é uma serpente com uma sucessão infindável de
curvas. A região alterna veredas, brejos e -até décadas atrás - matas de
galeria. Essas foram quase que totalmente destruídas, como mostra a foto. Neste
trecho, o rio vai atravessar ao mesmo tempo suas primeiras cidades: Santa Rita
do Araguaia, do lado de Goiás, e Alto Araguaia, do lado do Mato Grosso.
#6. 150 km. Na Cachoeira Couto Magalhães, a principal de todo o rio e que está ameaçada pela construção de uma barragem. Aqui, a altitude é 680 metros. Nos 300 quilômetros seguintes, o Araguaia vai descer mais 300 metros por canais de pedras e encostas e sair de vez dos domínios da Serra dos Caiapós.
#7.
450 km. Neste trecho, próximo às cidades de
Aragarças (GO) e Barra do Garças (MT), a 310 metros de altitude, o
Araguaia sai da serra e começa a correr na planície, assumindo a forma do rio
que a maioria conhece: largo, grande e apresentando magníficas e extensas
praias no período da estiagem, de maio a setembro. Daqui em diante, passa a ser
o cenário do mais famoso pôr-do-sol do cerrado e habitat permanente de peixes e
pescadores.
#8. 900 km. Aqui o Araguaia, na divisa dos Estados de Goiás, Mato
Grosso e Tocantins forma centenas de ilhas de areia na seca e enche toda a
várzea na época das chuvas, tornando-se um dos mais importantes berçários de
peixes de água doce da América do Sul. Nesse trecho, a 200 metros de
altitude, o rio vai bifurcar por 300 quilômetros e formar a maior ilha fluvial
do mundo, o Bananal - que, entre outras coisas, abriga aldeias indígenas e o
Parque Nacional do Araguaia.
#9. 2000 km. Neste ponto, próximo à cidade de São João do Araguaia, no Pará, a 100 metros de altitude, o Araguaia deságua no Rio Tocantins, fechando e desenhando o Bico do Papagaio - região de confluência dos Estados do Tocantins, Pará e Maranhão. Torna-se então um "ser" amazônico.
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