Empresa
excepcional, lucratividade extraordinária Como unir as duas em uma só!
A maioria das companhias de
capital aberto disponibiliza seus relatórios financeiros ao fim de cada
trimestre e um anual. Com base neles, é possível avaliar qual é a real situação
da empresa e se ela possui solidez. Ou seja, é por meio dessas demonstrações
que se pode encontrar a fonte que irá minar os ganhos enquanto a ação estiver
em posse.
Warren Buffett/ EUA |
E foi analisando os balanços
das empresas que Warren Buffett conseguiu receber o título de um dos homens
mais ricos do mundo. Não por acaso, pois as estratégias de investimento dele
sempre se fundamentaram em ver oportunidades fantásticas de obter grande
lucratividade onde os outros não veem e a chamada miopia mercadológica. Para
Buffett, se a companhia tem de enfrentar diversos concorrentes e ainda lutar
com eles pela disputa do preço baixo, então ela não possui uma boa receita,
pois seus gastos com propagandas, reformulação do produto e depreciação, por
exemplo, tendem a ser elevados. Empresas excepcionais conseguem manter seus
preços altos porque o produto que oferecem é indispensável e sua marca,
valorizada. Ela está na mente do cliente, que paga mais caro sim para ter algo
que conhece, e reconhece, diante de outros modelos do mesmo negócio.
Na visão de Buffett, enquanto a manada segue
em disparada para comprar companhias cujos números saltam aos olhos, o
investidor inteligente e bem preparado deve avaliar a porcentagem de lucro que
elas rendem às suas ações. Isso porque nem sempre números elevados equivalem a
retornos ao investidor também altos, ainda mais se esses números estiverem
comprometidos com despesas operacionais e impostos, por exemplo.
É aqui que entra uma regra
de ouro de Buffett: avaliar, além da consistência da empresa, como são, ou
estão, os valores de ativos (lucro) e passivos (despesa) dela. Nesse caso, um
pensamento lógico ilustra bem o conceito de Buffett: menos gastos com despesas
operacionais e com impostos é igual a mais lucratividade da empresa, o que
acaba sendo demonstrado no lucro líquido dela. Isso equivale a dizer que,
quanto menos a empresa gasta com dívidas e manutenção de produtos, mais ela
arrecada e, consequentemente, pode distribuir um valor maior aos acionistas.
Baseada nas ideias desse
modelo de investidor bem-sucedido, Warren Buffett e a análise de balanços
esmiúçam os dados que podem ser encontrados nos balanços das companhias e
demonstra como detectar empresas excepcionais com vantagens competitivas
duráveis, em vez de cair no engano de adquirir companhias medíocres.
E é para não errar que um
dos homens mais ricos do mundo faz questão de possuir um olhar distante.
Distante mesmo, pois é a visão a longo prazo de Buffett o conceito decisivo da
avaliação de empresas excepcionais. Com os relatórios das companhias em mãos, ele
compara-as e define a que lhe renderá melhores lucros. Para ele, apostando nas
análises de receitas e tendo em vista o longo prazo, as chances de ter prejuízo
com o investimento são imensamente menores que aplicar em mil e uma empresas e
não saber para onde seu dinheiro foi parar no fim das contas.
E, falando em ganhos,
Buffett atenta para o fato de que o investidor precisa manter esse pensamento e
a estratégia em longo prazo sempre, pois isso garante que ele não tenha de
pagar determinadas taxas enquanto detiver as ações em carteira. Isso já não
acontece quando existem operações em curto prazo, que geralmente têm um alto
fluxo de compra e venda e nas quais se vão quantidades de dinheiro para
pagamento de impostos que poderiam fazer parte do seu capital em carteira.
Com toda a simplicidade e
dinamismo, Marry Buffett e David Clark, autores do livro e autointitulados
“buffettologistas”, termo utilizado para caracterizar os seguidores e
disseminadores assíduos das estratégias e ensinamentos de Buffett, colocam na
obra esse aspecto tão essencial e decisivo no trato ao mercado, a análise de
balanços. E, o melhor, tudo baseado no ponto de vista de quem realmente vive
essa experiência e sabe como se conduzir rumo ao sucesso. Ações ordinárias e
preferenciais (ON e PN), coeficiente de liquidez, custos VGA, dispêndio com
ativos, Lajida, nível de rating AAA.
Todos esses conceitos são
apresentados no decorrer do livro e ainda estão no Glossário de Termos
Selecionados, um material anexo feito especialmente para quem não quer deixar
de conhecer a técnica por trás de tanta simplificação. Além disso, também há um
apêndice nessa parte da obra que traz contrastes entre receitas de empresas
excepcionais e medíocres – um ótimo modelo para utilizar na comparação das suas
opções de companhias.
Se a sua dificuldade está em
reconhecer as melhores empresas nas quais investir, autodesenvolva-se como
investidor por meio desse livro e siga o conselho de Buffett: “Você deve
aprender com a experiência, mas deve também aprender com a experiência dos
outros sempre que possível”.
Ficou interessado em
conhecer todos os aspectos da análise de balanços e saber um pouco mais sobre a
forma de pensar e agir de um dos homens mais ricos do mundo? Atente-se para o
fato de que não são todos que têm esse título – e você pode aprender com quem
já esteve na situação de decidir em qual empresa investir seu dinheiro. Ele
obteve (e vem obtendo consideravelmente) grandes margens de lucro em suas
aplicações. Então, pegue uma carona nos ensinamentos de Warren Buffett e
alcance você também o sucesso em seus investimentos.
Livro: Warren Buffett e a
análise de balanços
Autores: Mary
Buffett e David Clark .Editora: Sextante